domingo, 28 de novembro de 2010

final diferente

Essa história que vou contar, vai parecer clichê, vai parecer história de filme americano, mas aconteceu, de fato comigo. Porém, teve um outro final. Diferentemente dos filmes, a minha história não terminou com felizes para sempre.
Eu namorava um menino sete anos mais velho que eu. Isso deixava minha mãe um pouco reciosa, afinal, dizia que as intenções dele comigo não eram as mesmas que as minhas com ele. Ela estava enganada. Ele não era aquele tipo de homem, que só queria sexo. Ele era diferente de todos os outros homens que já haviam feito parte da minha vida.
Nos conhecemos numa festa. Ambos estavam bêbados. Ficamos, e acabamos indo dormir na casa de um amigo nosso. O nosso único amigo em comum. Acordamos um do lado do outro, na mesma cama. Desesperada, afinal tinha apenas quinze anos, corri para o banheiro. Não podia ser. Eu não podia ter perdido a minha virgindade com qualquer um. Eu tinha o sonho de que essa noite seria algo especial, à luz de velas, com morangos, leite condensado e champagne. Ele acordou, entrou no banheiro, e vendo meu desespero, ouvindo meus sussurros, disse que eu podia ficar tranquila, que não havia rolado nada. Ufa! Nos beijamos. Esse sim foi nosso primeiro beijo, já que não lembrava dos da noite anterior. A partir desse dia, começamos a sair, nos conhecer, e namorar. Foram dois anos de pura alegria, de puro amor. Começamos a formar um grupo de amigos em comum com o qual sempre saíamos juntos. Dentro desse grupo, conhecemos uma menina, que se apaixonou por ele. Ela não era nada discreta. Paquerava-o na minha frente, dava-lhe cartas de amor, presentes e fazia de tudo para conquistá-lo. Minha sorte é que ele era fiel. Por mais que ela fosse encantadora, linda e desejada por muitos, ele dizia que só tinha olhos para mim, o que fazia eu me apaixonar mais ainda por ele, como se isso fosse possível.
Chegou o aniversário dela, e então fomos comemorar em uma boate. Chegamos juntos, eu e ele. A noite estava maravilhosa. As músicas eram exelentes, as bebidas, as companhias. O problema todo foi o exagero. Eu bebi demais e desmaiei. Estranho e até hoje não entendi o porque desse desmaio. Acho que colocaram algo na minha bebida. Só sei que acordei numa casa estranha, onde eu nunca estive antes. Ao olhar para o lado, achando que ali estaria ele, estava enganada. Tinha um dos meninos que fazia parte do nosso grupo. Ele estava chorando. Dei um berro de desespero, e comecei a chorar também. "Desculpa", ele me disse. "Por que eu estou na cama com você? Cadê o Du?", perguntei. "Desculpa, desculpa, desculpa", disse ele entre lágrimas e soluços. "Tudo não passou de uma armação. Eu não acredito que fiz isso tudo por dinheiro... Tudo isso foi armado por ela. Sim, por ela mesmo que você está pensando. O Du dormiu aqui, e quando acordou nos viu juntos. Saiu correndo, sem querer me escutar. Você não acordou. Ela me pediu isso, em troca de muito dinheiro. Ela queria ter ele de todas as maneiras. Desculpa. Perdi duas amizades, que valem muito mais do que qualquer valor... Desculpa.". Não aguentava mais ouviur aquelas palavras. Como eles tiveram coragem de fazer aquilo comigo?
É ai que a minha história se diferencia dos filmes americanos. Neles, a mocinha tenta explicar tudo para seu amado, que de início não acredita. Ao longo da trama, ele descobre toda a verdade, pede desculpa, e os dois ficam juntos, e felizes. Para sempre. Na minha história, na minha vida, não foi assim. Fui até a casa dele, e ele abriu a porta. Eu tentei falar, mas ele não quis ouvir. Bateu a porta na minha cara. Insisti, porém em vão. Mandei emails, mensagens. Tentei de todas as formas explicar que aquilo tudo havia sido uma armação. Mas a vida não é como nos contos de fada. Estou até hoje, três anos depois, esperando uma ligação, uma resposta dele, dizendo que descobriu toda a verdade. Porém, até agora, nada disso aconteceu.
Na verdade, é um erro dizer que na minha história não teve um final feliz. Teve sim. Não pra mim, mas pra aquela que dizia ser minha amiga, que conseguiu ter o que queria. O meu amor, em seus braço
s.


(1º lugar – 9,7)

cidade (não) maravilhosa

- Mãe, posso ir ao cinema com meus amigos?
- Lógico que não, filho, não está vendo o que está acontecendo no Rio de Janeiro?
- Quê?
- Só um minuto filho, estou no telefone.
Corri para o quarto. O que estava acontecendo na minha cidade maravilhosa? Liguei o computador, e começei a procurar. Os bandidos estão soltos. Estão ameaçando invadir shoppings, bairros, escolas. É o primeiro dia de férias, e eu não posso sair de casa. Isso porque essas pessoas sem coração, sem respeito estão à solta, por ai, pela cidade. Desespero-me. Será que daqui a pouco eles irão invadir as casas? Será que vão invadir a minha casa? Deito em minha cama, e começo a rezar. Eu só rezo pra ficar bem. Rezo para que as pessoas inocentes parem de morrer. Rezo para que alguém consiga, um dia, colocar juízo na cabeça dessas pessoas. Queria poder fazer algo pela cidade, mas como, se não posso sair de casa?

(Nota 9,2 - 9-9,3-9,3 - Criatividade, Ortografia, Tema)

assassinato do leão

Estávamos quietos, em nosso canto, em nossa casa, até vocês chegarem e acabarem com todo o nosso sossego. Nossos filhos eram pequenos, e queríamos apenas que eles crescessem bem, fortes, e que garantissem a sua sobrevivência, coisa que nesse mundo de hoje em dia é mais complicado do que parece. Naquela tarde, estava dormindo, e acordei com um barulho. Parecia um berro da minha mulher. Acordei, e vi ela sangrando, e meus filhos mortos. Vocês os mataram. Agora era minha vez. Corri atrás de vocês e ao alcançá-los, pensei na morte mais lenta e dolorosa. Você nos matam para pegar nossa pele. Eu pegaria a pele de vocês para depois matar. Com meus dentes afiados, arranquei, lentamente a pele de vocês. Deixei vocês expostos ao sol, em carne viva. Sim, para arder. Vocês mataram tudo que me importava. Mataram quem eu amava. Era hora de vocês morrerem, e sofrerem. No dia seguinte, após muitos berros de dor, despedacei parte a parte de seus corpos. Pronto, o trabalho estava feito, mas nada repararia a dor que eu estava sentindo.
Espero que vocês, famílias desses homens que tiraram de mim o que eu tinha de mais precioso, aprendam que não se deve maltratar aquele que não os maltraram. Não se deve matar sem motivo. Não é justo. Espero que isso seja passado para os outros, para que meus amigos não percam suas famílias apenas para vocês terem mais casacos ou tapetes.
Assinado: o Rei da floresta.

(- Nota: 9,5: 9,8: 9 = 9,43 - Tema, criatividade, ortografia)

sábado, 27 de novembro de 2010

nosso espaço

O marido acordou, preparou a mesa do café da manhã, fez panquecas e café. Arrumou os lanches das crianças, colocou na lancheira e acordou sua esposa e seus filhos. A esposa entrou no banho, enquanto o marido vestia as crianças. Colocou o uniforme, penteou o cabelo da menina, que exigiu uma maria-chiquinha com elásticos rosas. A mulher saiu do banho, arrumou-se, despediu-se da família e foi para o trabalho. O marido levou os filhos até a van, que os aguardava na rua em frente ao prédio onde moravam. Subiu, lavou a louça, fez as camas, lavou roupa, limpou chão e janelas. Perto do almoço, preparou a comida, e desceu para buscar os filhos, que haviam chegado da escola e estavam esperando na portaria. Subiram, e o pai serviu o almoço. De tarde, levou a filha na natação, e o filho no judô. Ficou lhes aguardando, e mais tarde voltaram para a casa. Enquanto isso, a mãe ainda estava no trabalho. Trabalhava em um escritório de advocacia. O pai deu banho nas crianças, e ajudou elas com o dever de matemática. Na hora do jantar, preparado por ele também, a mãe chegou em casa. Todos jantaram, e enquanto a mãe tomava banho, o pai lia histórias para as crianças dormirem. Marido e mulher namoravam um pouco, mas a mãe estava exausta, e ia dormir. No dia seguinte, tudo isso se repetia.
É, depois de muito tempo lutando, suando e se esforçando, as mulheres conquistaram o espaço delas na sociedade. Ter atitude não é sinônimo de assanhamento, mas sim de mostrar que tanto as mulheres quanto os homens tem os mesmos direitos e quando estão interessadas em alguém devem tentar conquistá-lo, assim como os homens fazem com as mulheres. Quando elas tomam a atitude, eles podem achar que elas estão toubando seu espaço, mas na verdade, estão apenas recuperando o lugar que lhes foi tirado, pela própria sociedade.

(sobre: mulheres com atitudes.)

apenas você


Desde o dia em que o conheci, sabia que ele era o homem da minha vida. Além de lindo e inteligente, era carinhoso e romântico. Nada impedia a nossa felicidade. Algumas coisas atrapalhavam, como o fato de ele ser soldado do exército, mas quando as coisas ficam mais difíceis, as conquistas tem um sabor a mais.
Num dia de verão, ele convidou-me para um piquinique, no parque onde havia sido nosso primeiro encontro. Recordo-me como se tivesse sido ontem. Nosso primeiro beijo é algo que nunca esquecerei. Um vento agradável batia em nossos rostos, suas mãos suaves entrelaçavam meu cabelo e seus lábios doces beijavam os meus. Esse piquinique estava sendo marcado para comemorarmos dois anos de namoro. O tempo ao lado dele era tão incrível, e por isso passava tão rápido.... Nem acreditava que aquele dia estávamos comemorando setecentos e trinta dias juntos. Um ao lado do outro, vivendo um conto de fadas. Cheguei antes dele, afinal, minha ansiedade era tanta que preferi esperar lá. Quando chegou, beijou-me. Parecia nosso primeiro beijo. O clima, o calor, o fogo. Quando seus lábios se distanciaram dos meus, minha única reação foi puxá-lo contra meu corpo, e abraçá-lo. "Eu te amo". Foi a única coisa que consegui dizer naquele momento. Desde que chegou, não havia dito uma palavra. Pegou um pedaço de pano, enrolou sobre meus olhos, e pediu que eu contasse um minuto. Foram os sessenta segundos mais lentos da minha vida. Quando terminei de contar, tirei, nervosa e ansiosa, o pano, e abri os olhos. Ele não estava no meu lado. Procurei por perto, e, quando olhei para o horizonte, ele estava lá, de costas para mim, indo embora. A minha vontade era de correr até ele, mas antes disso senti um pedaço de papel em meu bolso. Era uma carta com a sua letra. "Linda, conheci outra menina, que me faz mais feliz. Obrigada por tudo.". Era só isso que o bilhete dizia. Eu não conseguia acreditar. Porque ele havia me chamado para aquele lugar, para terminar comigo? Voltei para casa, chorando, desesperada, sem saber o que fazer. Não sabia se ia atrás dele, não sabia se devia tentar esquecê-lo. Chorei em minha cama, até o dia seguinte. Acordei com o telefone tocando. Era a mãe dele. Tive vontade de desligar, mas consegui manter o aparelho em minhas mãos. "Olha, ele pediu pra eu te ligar hoje, o mais cedo possível. Ele não conheceu ninguém. Ele ama você apenas você. Mas ele foi convocado pra guerra que está tendo do outro lado do país. Ele terminou com você e pediu para que você esquecesse dele, pois não queria que você derramasse nenhuma lágrima por ele. Ele não sabe o que pode acontecer, se vai voltar vivo ou não. Enfim, ele pediu pra eu dizer que ele ama você, apenas você.". Desliguei o telefone, e chorei até o dia seguinte, rezando para que ele voltasse vivo, e assim pudéssemos continuar nossa história juntos.

(Nota: 9,76)

domingo, 21 de novembro de 2010

entrem, por favor

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Da noite pro dia

E quando as pessoas me diziam que tudo ia melhorar da noite pro dia, quando eu menos esperasse, eu não acreditava. Achava que aquilo era algo irreal, algo impossível. Algo no que as pessoas queriam acreditar, queriam tornar realidade. Acreditava que se depois de muito tempo nada havia mudado, porque de uma hora pra outra tudo seria flores? Porque eu voltaria a ser mais feliz? Voltaria a sorrir? Pararia de pensar nele, de querer falar com ele? Porque isso aconteceria, se durante meses a única coisa que acontecia eram lágrimas e dor?
Mas aconteceu. Como em um conto de fadas, da noite pro dia, tudo ficou colorido novamente. Senti-me leve, livre, como não me sentia desde que ele havia ido embora. Mas agora, outra fase está começando, e dessa vez, sem lágrimas, sofrimentos e dores!