sábado, 27 de novembro de 2010

apenas você


Desde o dia em que o conheci, sabia que ele era o homem da minha vida. Além de lindo e inteligente, era carinhoso e romântico. Nada impedia a nossa felicidade. Algumas coisas atrapalhavam, como o fato de ele ser soldado do exército, mas quando as coisas ficam mais difíceis, as conquistas tem um sabor a mais.
Num dia de verão, ele convidou-me para um piquinique, no parque onde havia sido nosso primeiro encontro. Recordo-me como se tivesse sido ontem. Nosso primeiro beijo é algo que nunca esquecerei. Um vento agradável batia em nossos rostos, suas mãos suaves entrelaçavam meu cabelo e seus lábios doces beijavam os meus. Esse piquinique estava sendo marcado para comemorarmos dois anos de namoro. O tempo ao lado dele era tão incrível, e por isso passava tão rápido.... Nem acreditava que aquele dia estávamos comemorando setecentos e trinta dias juntos. Um ao lado do outro, vivendo um conto de fadas. Cheguei antes dele, afinal, minha ansiedade era tanta que preferi esperar lá. Quando chegou, beijou-me. Parecia nosso primeiro beijo. O clima, o calor, o fogo. Quando seus lábios se distanciaram dos meus, minha única reação foi puxá-lo contra meu corpo, e abraçá-lo. "Eu te amo". Foi a única coisa que consegui dizer naquele momento. Desde que chegou, não havia dito uma palavra. Pegou um pedaço de pano, enrolou sobre meus olhos, e pediu que eu contasse um minuto. Foram os sessenta segundos mais lentos da minha vida. Quando terminei de contar, tirei, nervosa e ansiosa, o pano, e abri os olhos. Ele não estava no meu lado. Procurei por perto, e, quando olhei para o horizonte, ele estava lá, de costas para mim, indo embora. A minha vontade era de correr até ele, mas antes disso senti um pedaço de papel em meu bolso. Era uma carta com a sua letra. "Linda, conheci outra menina, que me faz mais feliz. Obrigada por tudo.". Era só isso que o bilhete dizia. Eu não conseguia acreditar. Porque ele havia me chamado para aquele lugar, para terminar comigo? Voltei para casa, chorando, desesperada, sem saber o que fazer. Não sabia se ia atrás dele, não sabia se devia tentar esquecê-lo. Chorei em minha cama, até o dia seguinte. Acordei com o telefone tocando. Era a mãe dele. Tive vontade de desligar, mas consegui manter o aparelho em minhas mãos. "Olha, ele pediu pra eu te ligar hoje, o mais cedo possível. Ele não conheceu ninguém. Ele ama você apenas você. Mas ele foi convocado pra guerra que está tendo do outro lado do país. Ele terminou com você e pediu para que você esquecesse dele, pois não queria que você derramasse nenhuma lágrima por ele. Ele não sabe o que pode acontecer, se vai voltar vivo ou não. Enfim, ele pediu pra eu dizer que ele ama você, apenas você.". Desliguei o telefone, e chorei até o dia seguinte, rezando para que ele voltasse vivo, e assim pudéssemos continuar nossa história juntos.

(Nota: 9,76)

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