terça-feira, 4 de janeiro de 2011

para meu melhor amigo

Estou lhe escrevendo no meu anivesário de 12 anos, porque bateu uma saudade imensa de você. Eu lembro que nunca fui de ter muitos amigos na escola, nem no prédio. Mas eu tinha você, sempre. Era pra você que eu contava tudo da minha vida. Se estava triste, queria ficar com você. Se estava feliz, também. Eu amava, quer dizer, eu amo muito você. Eu me lembro que todo mundo me encarava quando eu conversava com você em público. Não sei, parece que eles não estavam te vendo. Acho que só quem podia te ver era quem te amava, ou seja, apenas eu.
Eu não te disse isso, porque fiquei com medo que você ficasse triste, mas uma vez escutei a mamãe conversando com
umas amigas e elas diziam que eu era louco, que eu tinha um amigo imáginario, que eu tinha que ir num psicólogo. Elas diziam que você era coisa da minha cabeça, mas não é, certo?
Até hoje, um ano após você ter partido, eu não entendo porque você se foi. Eu lembro direitinho do dia da sua partida. Mamãe chegou no quarto, e disse que eu estava ficando mais velho, que você teria que ser amigo de outras pessoas, e que você havia viajado a procura de alguém tão legal quanto eu. Eu chorei muito, e não quis sair do quarto até o dia seguinte. Não comi também. Eu cresci, e entendo que você tenha que ser o melhor amigo de outra pessoa, assim como foi meu. Outras pessoas merecem ter você ao lado delas, assim como eu tive.
Só queria escrever isso pra você, para dizer que estou com saudades de você, das nossas brincadeiras, das nossas conversas. Eu te amo muito, e quando a mamãe te entregar essa carta, que ela disse que vai te entregar ainda hoje, vê se lê logo e me mande uma resposta.
Beijao, Billy.

(25ª edição cartas: amigo imaginário - Projeto Bloinquês - 2º lugar :Nota: 10 – 10 – 9,9 =9,96)

Nenhum comentário:

Postar um comentário