sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

agulha no palheiro


Eu vivia no meio de palha, achando que estava numa caixa de costura.
Todos os fiapos de palha diziam que me amavam, que eu não podia deixar eles, que eu era muito importante para aquele palheiro. Confiei, e cada vez me decepcionava mais. Sempre que aparecia a oportunidade de um daqueles fios abandonar aquele palheiro e ir para um melhor, ele ia, abandonando todos os outros, e principalmente; me abandonando.
Estava me sentindo sozinha, sem ninguém para confiar. Sem ningúem para poder dizer de que fio de palha eu estava gostando, dos meus problemas de "desfiamento", ou mesmo contar o que eu havia visto naquela enorme fazenda na qual nosso palheiro estava. Todas as máscaras haviam, caido. Todos que eu pensei que eram agulhas, que levam a linha(no caso eu) para onde vão, mostraram ser verdadeiros fios de palha, que estavam disposto a qualquer coisa, até mesmo a abandonar aqueles que diziam que amavam, em busca de oportunidades melhores, mesmo que esta fosse longe de mim.
Eu já estava desistido de procurar, até que eu conheci um fio que disse-me a mesma coisa que todos já haviam dito para mim. Ignorei, pois achei que aquelas palavras seriam em vão, assim como todas as outras tinham sido.
Num dia chuvoso, veio a oportunidade de esse fio ir para uma fazenda onde ele ficaria num lugar coberto, não precisaria ficar pegando chuva e ficar doente, espirrando o dia todo. Como sempre acaontecera comigo, tinha a certeza de que ele iria, não perderia essa oportunidade única. Virei de costas, e comecei a chorar. De repente, senti um fiapo sobre meus ombros, e uma voz acolhedora, que eu reconhecia. Era ele, aquele fio que disse que estaria sempre comigo, nunca me abandonaria. Suas palavras haviam sido verdadeiras. Pela primeira vez tive o sentimento do que era a amizade e a verdade. Encontrei, finalmente a agulha, que havia me escolhido para ser sua linha.
Foi difícil, mas eu consgeui encontrar uma única agulha, num grande palheiro.





Dedicado à minha eterna agulha

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