domingo, 19 de dezembro de 2010

o homem da minha vida


Ser teimosa às vezes é ruim. Mas nem sempre.
Eu tinha dezesseis anos quando estava na praia com minha família, e o mar estava meio agitado. As ondas eram grandes, estava com correnteza. Nada propício para um mergulho que passasse da borda. Mas eu só gostava de ir à praia para mergulhar. Não gostava de ficar naquele calor, na areia. Ao me ver levantando e indo em direção ao mar, mamãe disse para eu voltar e sentar. Disse que estava perigoso, que até os salva-vidas estavam dizendo que era melhor não entrar no mar. Mas, como sempre, eu fui teimosa, e continuei meu caminho.
Assim que a água tocou meus pés, tive vontade de virar-me e chamar a todos. A água estava maravilhosa. Combinando com aquele clima de verão. Nada seria mais gostoso do que dar um mergulho naquele mar. Nada. E era isso que eu pensava, até chegar no fundo, onde não conseguia mais alcançar o fundo com meus pés. As ondas, de fato estavam maiores do que o normal, e a água me levava para longe, mas nada que uma boa natação não resolvesse. Resolvi então fechar os olhos e boiar. Péssima ideia.
Acordei na areia, sendo socorrida por um salva-vidas que apertava meu peito. Abri os olhos devagar, e minha família estava toda ao meu redor. Quando acordei, só o que consegui escutar foram berros. Acho que era minha mãe comemorando que eu não havia morrido. O homem que salvou minha vida pediu então que as pessoas se afastassem e aos poucos me ajudou a levantar. Acho que ele era médico, afinal, tinha umas mãos delicadas, que haviam evitado a minha morte. Deu-me seu telefone, e disse que qualquer coisa eu podia ligar. É, eu estava certa, ele era médico.

Depois daquele dia minha mãe pediu que eu não saisse de casa até que estivesse totalmente curada. Já que não podia sair de casa e não tinha muito o que fazer, liguei algumas vezes para ele, para agradecer, e acabou que ficamos amigos, e mais tarde ele convidou-me para ir ao seu escritório, para verificar como estava minha saúde. A consulta foi estendida até sua casa, onde passei a noite mais incrível da minha vida. Hoje, estamos casados.

Desde aquele dia, sempre que minha mãe manda eu levar um casaco quando saio, eu levo, sem contestar.

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